Thursday, February 23, 2006

Os verdadeiros melhores momentos do show do U2

Nada de Katilce, no, no. Eu e minha amiga Mademoiselle Rocha elegemos os melhores momentos da gloriosa segunda noite de show da banda irlandesa:

- Primeiro, foi confirmado uma coisa que a gente já deveria saber: existe mais de um cara gostoso no Franz Ferdinand. Ele se chama Nick McCarthy, e é um tipo melhorado (muito, muito melhorado) do Trey de "Sex And The City".

- Outra confirmação: Mr. Kapranos é tudo, que roupas são aquelas, que cabelo super bom é aquele, que dancinha é aquela em "Michael".

- Enquanto alguns diziam "tomara que só cantem uma música", eu e La Rocha surtamos no Franz. Pior: o som estava baixo, logo podíamos ouvir a nossa própria voz horrível. Cantei to-das. Berramos como umas loucas coisas do tipo "Kapranos gostoso", chocando os fãs puritanos. Ainda bem que em "Take Me Out" a galera ouvinte da Jovem Pan surtou junto.

- Várias pessoas fofas na pista com a gente, incluindo duas meninas que decidiram que o melhor mesmo era surtar desde o Franz, meninos descamisados que não tiveram nenhum ataque de aboriginice, e um cara muito bem aparentado vestindo uma camisa do São Paulo.

- Falando em São Paulo, não foi só o "Oooooo Oooooo" de "Vertigo" que contagiou o estádio. Em um momento bizarro, a arquibancada gritou "Ooooo, é tricolor". Devia ser em solidariedade ao gramado de ouro do time tricampeão, pisoteado sem cerimônias (tá, tinha tapumes, mas não sei não)

- Como se não bastasse a gente não ter aprendido cantar "City of Blinding Lights", La Rocha se empolgou ao ver Adam Clayton se aproximando de nós e gritou "Olha lá o tiozinho!", evocando a fúria dos mesmos fãs que se chocaram com o "Kapranos gostoso". Nem ligamos, e começamos a gritar "Tiozinho, tiozinho!".

- Larry Mullen Jr. é o cara. La Rocha tem uma tese de que normalmente os bonitinhos da banda sempre são agregados por último, em uma espécide de jogada de marketing. Como todos na platéia demonstraram saber, Larry Mullets foi quem uniu a banda, e continua lindo até hoje. Mesmo com aquele cabelinho melado. Sucesso!

- Bono nos trouxe uma nova gíria: put it down! Quando Desiré - a Katilce da noite - resolveu subir no palco, ela parecia mais interessada em bater foto com o celular do que de curtir o momento. Bono, do alto de toda a sua simpatia, não seguro e deu uma surtada: put it down! Excelente.

- Nós gostamos mesmo das músicas que os puritanos não gostam: "Vertigo", "Elevation" e "Beautiful Day". São praticamente hinos de estádio.

- Bono definitivamente tem futuro com o português. A história da "festinha particular" foi ótema.

- Ele tem futuro no espanhol também: uno, dos, tres, cartorce é over bom.

Teve outras coisas, mas agora não estou lembrando - acho que ainda tou de ressaca.

Tuesday, February 14, 2006

Então me diz


Você pode não ter percebido ainda, mas um surto está dominando a cidade. Há algo no ar e não, eu não esqueci a panela de arroz no fogo. É o surto então me diz.

Me dei conta do fenômeno nesta tarde. Passou um cara atrás da colega que trabalha na minha frente. Ela demonstrou claramente estar incomodada. E logo me explicou: "Ai, esse cara não pára de cantar essa música. É amigo do fulano. Olha, até foi na mesa dele". O tal cara ficou conversando com o fulano. Eu imaginei os dois marmanjos trocando confidências tipo "como é a segunda estrofe mesmo?".

Perguntei para ela de qual música se tratava. Nada de U2, Arctic Monkeys, Tati Quebra-Barraco ou "Eu vou te deletar do meu orkut". A bola da vez é "Então me diz", da Simone - aqueeela, da trilha sonora da novela "Belíssima".

Na hora, lembrei-me que esse surto já havia apresentado sintomas na semana passada. Eu sai com uma equipe de filmagem e eles ficaram todos felizes quando começou a tocar essa música no rádio. "Cantaí!", pediam para o motorista. O cara era tão fã que ainda me informou que fazia tempo que esse glorioso hit não rolava nessa rádio e que, nesse dia, estava tocando mais cedo - normalmente era uns 15 minutos antes. Eu quis bancar uma de sabichona e disse: "Sabe, na verdade, o original dessa música é em inglês". Qual foi a resposta? "É, a fulana (outra pessoa que tinha saído com a equipe muito mais vezes do que eu) já trouxe esse CD pra gente".

Como assim! Quem diria que a música deprê do pequeno-meigo Damien Rice serviria não só de trilha sonora para as dores de cotovelo de Jude Law em "Closer", mas se tornaria um sucesso nacional. Que venha a versão para videokê.

Saturday, February 11, 2006

Meus surtos metrossexuais favoritos

Top 5 é um exercício sensacional.

- Tipo roqueiro, naipe camisa preta do Metallica e coturno, cabelos lisos lisos lisos, compridos compridos compridos e incríveis. O segredo? Hidratação a cada 15 dias! E nós estávamos no 3º colegial. Será que eu ouvi mal? Hum...

- Jogador de futebol, zagueiro, daqueles que cospe um monte no gramado... que faz luzes! LUZES! (testemunhas que viram ao vivo juram que sim)

- Jornalista que usa blazer como se fosse moleton. Tipo, ele não precisa usar por causa do trabalho, simplesmente é a sua primeira opção quando está com frio, por cima de camisas, camisetas, mickey mouse, whatever. Sucesso!

- Cara que usa a manga da camisa social tipo italiana (será que é assim que chama?) com o punho estrategicamente dobrado pra cima. Nada de camisa arregaçada: camisa maravilhosamente dobradinha.

- Rapaz sério com creme hidratante na mochila do trabalho diariamente. E ele ainda tem coragem de reclamar do meu hidratante d'O Boticário ("resseca, parece que invés de hidratar fica seco"). É, tem que ser da Vasenol.

My beautiful friend

Desde que eu tinha um punhado de anos que não chegavam a contabilizar duas dezenas, eu sempre achei que ter amigos do sexo oposto era fundamental para a vida. Até hoje, um dos meus divertimentos favoritos é me fingir de morta no meio de um grupinho composto só por meninos: eles são capazes de falar coisas inimagináveis entre si, de um potencial aborígene sem precendentes, requintado com os piores palavrões de todos os tempos. Um festival que só termina quando um deles se dá conta da sua presença e diz "ó o respeito, não fala essas coisas na frente dela!". Trata-se de um verdadeiro estudo antropológico, que faz você no mínimo começar a entender o que se passa na(s) cabeça(s) desse seres.

A verdade é que eu queria ter um amigo bonito. Não que meus amigos sejam feios - eu me refiro aos extra-bonitos, sim, um amigo bo-ni-to, Gianecchini, Brad Pitt. Mas tinha que ser um amigo mesmo, não colega, amigo - um Casanova dos trópicos que pudesse me ajudar a compreender o que se passa na mente doentia de um homem que pode catar todo mundo. O problema desse seres é que eles sempre acham que tá todo mundo dando mole pra eles - tem uma amiga minha que diz que ainda irá mandar fazer uma camiseta "sou legal - não estou te dando mole". Depois as pesquisas acadêmicas continuam defasadas e ninguém sabe o motivo.

Monday, February 06, 2006

Eu bebo sim

Comida macrobiótica, caminhadas matinas, yoga, pilates, sessões de massagem anti-stress, protetor solar diariamente, horários regulares, visitas períodicas ao médico, ter amigos, 8 horas de sono, sem cigarros, sem drogas.

Sinônimo de vida moderna, longevidade? Quando eu surto pensando que eu deveria tomar uma atitude para viver assim, um velhinho pelancudo me conforta: Keith Richards.

Ele consumiu todo o tipo de drogas, fumou todos os cigarros, brigou com todas as pessoas, comeu todas as pessoas, passou mais da metade da vida ouvindo decibéis bem acima do limite recomendável, resmungou, surtou. Não que ele pudesse fazer parte de um grupo de risco - ele seria o presidente de um grupo de risco.

Agora, como a vida não segue uma lógica, o velhinho vem aí, detonar sua guitarra nas areias de Copacabana, cheirar mais alguns, comer mais algumas. Richards é do mal, bebe sim e está vivendo.